Independentistas se sobrepõem a unionistas em protestos em Barcelona

Final de semana de muitas manifestações na capital catalã em favor dos líderes políticos. Unionistas protestaram no domingo em apoio ao estado espanhol, mas em menor número

O final de semana foi de manifestações em Barcelona contra e a favor da condenação dos líderes independentistas. No sábado (26), cerca de 350 mil pessoas, segundo a Guarda Urbana, lotaram de ponta a ponta os seis quilômetros da avenida Marina, atendendo ao chamado da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Òmnium Cultural e diversas outras entidades em solidariedade aos presos políticos. No domingo (27) foi a vez dos unionistas, muitos deles vindos de fora da Catalunha, a defender o estado espanhol, reunindo cerca de 80 mil pessoas, conforme a Guarda Urbana, no centro da capital catalã.

Seis quilômetros da Avenida Marina,em Barcelona, foram tomados no sábado em solidariedade aos presos políticos

Iniciada às 17h do sábado, a marcha sob o lema “Liberdade”, a mobilização em solidariedade aos presos mobilizou independentistas de Barcelona e de outros municípios da comunidade autônoma, que se deslocaram de ônibus até a cidade. A grande afluência de gente lotou os comboios de metrô e os ônibus que circulavam pela área do protesto. Não houve incidentes durante o ato, do qual participaram famílias inteiras, com crianças de colo, idosos e pessoas com deficiencia. A magnitude da manifestação foi registrada por diversos meios de comunicação, entre els o jornal Nació Digital, que fez transmissão ao vivo pelo Twitter com as imagens captadas pelo helicóptero do canal de TV 324.

Após o final do protesto, parte dos manifestantes se dirigiu para a frente da chefatura da Polícia Nacional, na Via Laietana, para mais uma vez mostrar seu rechaço à presença do que classificam como “forças de ocupação” na Catalunha. Os participantes levavam consigo bolas de plástico para jogar nos policiais. Isso como forma de protestar contra os ataques aos manifestantes nos últimos dias por parte da polícia, que utilizou bolas de borracha, proibidas na Catalunha, para dispersar as concentrações, deixando mais de 600 feridos em 15 días, entre ellas quatro pessoas cegas de um olho.

A tensão foi aumentando, até que a polícia local, os Mossos de Esquadra, decidiu dissolver a manifestação, atacando com golpes de cassetetes e com disparos de bolas de foam, de um material que parece menos ofensivo, mas que provoca muitas lesões. Inclusive dois jornalistas foram feridos, aumentando para 70 o número de profissionais agredidos durante as coberturas dos protestos nas últimas duas semanas. Confira imagens da ação policial captadas pelo fotojornalista do jornal El Món, Jordi Borràs.

Durante a manhã, outra forte mostra de solidariedade aos independentistas presos teve lugar no Palácio da Generalitat. Um total de 814 prefeitos esteve presente ao ato no qual os chefes dos executivos municipais levaram ao presidente Quim Torra (Juntos por Catalunha) as moções aprovadas pelos seus parlamentos contra a sentença do Tribunal Supremo (TS) contra os ativistas e políticos catalães condenados pelos feitos do processo independentista de 2017.

UNIONISMO – Os chamados defensores da Constituição espanhola tentaram demonstrar força em Barcelona neste domingo, mas não conseguiram chegar próximo das massivas manifestações independentistas dos últimos dias. Cerca de 80 mil pessoas, de acordo com a Guarda Urbana, participaram da caminhada que teve maior concentração diante da Chefatura da Polícia Nacional, na Via Laietana.

Vista área do protesto unionista em Barcelona que contou com a participação de 80 mil pessoas

Ao contrário do que se tem visto, não houve repressão policial contra os manifestantes, que inclusive posaram para fotos com agentes da Polícia Nacional, muitas delas feitas dentro dos camburões da corporação. Entre os políticos que participaram do ato estava o candidato a primeiro-ministro do Partido Popular (PP), Pablo Casado, e o de Ciudadanos, Albert Rivera. A manifestação foi convocada pela Sociedade Civil Catalã (SCC), conhecida pela sua vinculação com a extrema direita espanhola.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.