Morte de Hebe de Bonafini, das Madres de Plaza de Mayo, comove o mundo
Símbolo da luta pelos direitos humanos, Hebe de Bonafini, deixa legado para o mundo, que lhe rendem homenagens de ponta a ponta do planeta
A presidente da associação argentina Madres de Plaza de Mayo, Hebe de Bonafini, faleceu no domingo aos 93 anos, deixando não apenas um imenso vácuo no planeta, bem como um histórico de luta em prol dos direitos humanos. Bonafini havia sido internada no último dia 10 de outubro no Hospital Italiano de La Plata, cidade onde residia, para alguns estudos complementares de suas “condições crônicas não transmissíveis”, recebendo alta três dias depois.
A última aparição pública de Bonafini foi no último dia 10 de novembro, no tradicional encontro das quintas-feiras das Madres de Plaza de Mayo em frente à Casa Rosada. “Os médicos me deixam vir porque sabem que também faz parte da minha saúde. Eu preciso da praça para me curar, preciso de vocês para me melhorar”, disse o ativista naquele momento.
Esse espírito revolucionário não afetou sua fama no estrangeiro, onde colheu numerosos prêmios e distinções, até o ponto de compartilhar cenário com o cantor britânico Sting al compás de Eles dançam sozinhos em várias ocasiões. Este tema, composto pelo exlíder de The Police em 1987, foi uma homenagem às mulheres chilenas que haviam perdido seus homens durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e se estendeu, durante suas atuações na Argentina, à reivindicação das Madres da Plaza de Mayo.
A ativista de direitos humanos, que completaria 94 anos em 4 de dezembro, presidia desde 1979 uma das facções da organização formada por mães que perderam seus filhos durante a última ditadura cívico-militar na Argentina (1976-1983).