Black Lives Matter: protestos contra morte de George Floyd mobilizam Espanha
Protestos convocados pela Comunidade Negra Africana – Afrodescendentes na Espanha (CNAAE) encheram ruas das principais cidades do país, com destaque para Madri e Barcelona
Em cada uma destas cidades foram lidos textos em memória de George Floyd e de outras vítimas de racismo institucional, assassinado, entre eles Mame MBaye, Lucrecia Pérez e Mor Silla, que estampam o cartaz da convocatória. Evidenciando que “este tipo de racismo, institucional e social, acontece em contexto espanhol”. Os organizadores também relacionaram o assassinato de Floyd com o drama dos milhares de migrantes no Mediterrâneo.
A convocatória da Comunidade Negra Africana – Afrodescendentes na Espanha (CNAAE), que realizou na manhã deste domingo protestos em diversas cidades do país com o tema “Black Lives Matter” (Vidas Negram importam), foi um êxito. A agrupação, nascida a partir dos protestos nos Estados Unidos por conta do assassinato de George Floyd reuniu milhares de pessoas pela manhã em Madri (foto acima), Barcelona, Bilbao, Valencia, Zaragoza, Oviedo, Murcia, Vitoria, Málaga, Rota-B.Americana, Lleida, Salt (Girona), Tarragona, Sitges, Vila Franca del Penedés. À tarde fora realizadas concentrações em Granollers, Olot e Palma (Mallorca).
Em Madri, a deputada Maria Dantas (foto abaixo), brasileira com assento no Parlamento da Espanha, acompanhou a manifestação. Ativista dos direitos humanos há duas décadas, a sergipana destacou que “os brancos necessitam se implicar na causa antirracista”. “É necessária uma ação política conjunta por parte de toda sociedade”, remarcou.
Na capital espanhola, a manifestação teve início em frente da Embaixada dos Estados Unidos, monitorada por um grande contigente policial. Apesar da presença estar limitada a 200 pessoas, mais de 3 mil compareceram ao ato, a maior parte usando máscaras, ocupando as proximidades. Ajoelhados e com punho levantado, os manifestantes guardaram minutos de silêncio em homenagem a Floyd.
O “I can’t breath” (não posso respirar”), as últimas que o negro norte-americano se expressou antes de morrer asfixiado por um policial branco, ressonaram em repetidas ocasiões durante a manifestação. Foi a forma de protestar contra o cruel assassinato de Floyd. Dezenas de pessoas deitaram no chão, com os braços cruzados nas costas, representando a forma como Floy morreu.
Em Barcelona, diversos coletivos participaram do protestos, entre eles “Mulheres Brasileira contra o Fascismo” e “Diversas 8M”. A manifestação aconteceu na Plaça Sant Jaume, no coração da capital catalã, e reuniu mais de 3 mil pessoas. Vestidos com camisas com o lema Black Lives Matter o “Blackcelona” e com cartazes criminalizando o racismo, com os lemas “Stop racismo” ou “O racismo mata”, os participantes se ajoelharam na Praça Sant Jaume em uma emocionante homenagem a Floyd.
Apesar do acesso ao local ter estado limitado, mais de 3 mil pessoas se concentraram na área e nas imediações, segundo a Guarda Urbana de Barcelona. Foi difícil manter as distâncias de segurança em função das medidas de proteção pela pandemia do Covid-19.
Os manifestantes de Barcelona expressaram temor de que este auge antirracista seja passageiro e denunciaram o racismo sofrido pelas pessoas racializadas na catalunha e no estado espanhol. Recordando que não se trata de um fenômeno exclusivo dos Estados Unidos, apesar de terem acendido tot i que hagin encès a faísca ao redor do mundo.
GEORGE FLOYD – O episódio de violência policial que culminou com a morte de George Floyd, na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, comoveu o mundo. As imagens da morte do homem negro enquanto um policial branco lhe pressionou durante mais de minutos o pescoço com o joelho até deixá-lo sem consciência e matá-lo. provocou uma revolta social de protesto ao redor do mundo. Na Europa, os protestos tomaram conta de várias capitas, entre elas Paris e Lisboa.
Enquanto estava consciente, George Floyd, repetia a todo momento que não podia respirar e pedia auxílio ao policial que lhe sufocava e aos seus companheiros de patrulha, que observavam a cena impassíveis. Quando uma ambulância finalmente chegou ao local, Floy já havia perdido o conhecimento.
Há uma semana que os protestos são diários nos Estados Unidos. Ontem, grandes marchas antrracistas recorreram as principais cidades norte-americanas. Em Washington, 12 convocatórias simultâneas lotaram as ruas em diferentes pontos da cidade.