Liberdade de Assange é vitória de campanha global
Notícia da liberação de Assagne da prisão em Londres, ocorrida no dia 24, foi divulgada hoje (25), quando o fundador do WikiLeaks regressava à Austrália
O esforço de uma campanha global que incluiu ativistas de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas, finalmente deu resultado. O Supremo Tribunal de Londres libertou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, sob fiança. Ele está a caminho da Austrália, seu país local, onde reencontrará a esposa Stella Assange e os seus filhos, que “só conheceram o pai na prisão”, relata o WikiLeaks.
A esposa de Assange, que também foi sua advogada durante o processo, publicou uma mensagem nas redes na qual agradeceu o apoio demonstrado pelas pessoas que se mobilizaram para tornar possível este fim.
No início está escrito “Julian está livre” e inclui um vídeo das primeiras horas de liberdade de Assange. Stella Assange, em declarações nesta terça (25) à BBC, garantiu que os dias que antecederam a conclusão deste acordo foram ininterruptos e um “turbilhão de emoções”. “Até as últimas 24 horas não tínhamos certeza de que isso realmente estava acontecendo”, disse.
Assange estava preso há mais de cinco anos em uma prisão de segurança máxima por causa do mandado de prisão e extradição dos Estados Unidos pela divulgação de documentos secretos comprometidos pelas autoridades americanas. Anteriormente, ele havia sido refugiado durante sete anos na embaixada do Equador em Londres
“Esta campanha global criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que resultou num acordo que ainda não foi formalmente fechado”, acrescentou o WikiLeaks. A justiça americana acusou Assange de até 18 crimes por violação da Lei de Espionagem devido a um dos maiores vazamentos de informações confidenciais da história dos Estados Unidos em 2010, que revelou segredos das guerras no Iraque e no Afeganistão, bem como dados sobre os detidos na base de Guantánamo, entre outros assuntos.
Assange e o Departamento de Justiça dos EUA chegaram a um acordo judicial em troca de uma pena de prisão de 62 meses, o que equivale ao tempo que cumpriu no Reino Unido, pelo que foi libertado. Formalmente, o acordo ainda precisa ser aprovado por um juiz, que deverá tomar uma decisão, nas Ilhas Marianas (território sob controle dos EUA), para prestar depoimento em tribunal, nesta quarta-feira (26), numa parada antes de seguir para a Austrália.