Britânicos reproduzem voz de múmia de 3 mil anos

Feito conseguido pela equipe pelo engenheiro eletrônico da Universidade de Londres, D. M. Howard, e o arqueólogo J. Schofield está descrito em artigo da revista Scientific Reports

A equipe comandada por D. M. Howard, engenheiro eletrônico da Universidade de Londres, e J. Schofield, arqueólogo da Universidade de York, conseguiu reproduzir o som da voz de uma múmia de mais de 3 mil anos. O feito está descrito na revista “Scientific Reports”, na qual relatam que isto foi possível ao utilizar os restos de Nesyamun, escriba e sacerdotisa durante o volàtil reinado do faraó Ramsés XI (1099-1069 antes da nossa era). A mulher desenvolvia suas atividades no templo de Karnak a Thebes, atualmente Luxor. Sua voz era essencial para os rituais que realizava.

Para reproduzir o som de uma vocal, os investigadores usaram tecidos moles do trato vocal que estavam razoavelmente bem conservados por conta da mumificação. As dimensões precisas do trato vocal de uma pessoa produzem um som único. Para reproduzí-lo os estudiosos utilizaram uama tomografia computadorizada, ou seja, um escaner. Assim descobriram a estrutura da laringe e da garganta.

Investigadores reproduziram trato vocal de Nesyamun para conseguir reproduzir voz da sacerdotiza egípicia

A partir disso, os autores criaram um trato vocal sintético com uma impressora 3D. E recorreram a um sistema utilitzado normalmente em síntese vocal para produzir o som. Isso foi o suficiente para reproduzir a emissão de uma vogal que se encontra em um lugar intermediário entre os sons que no inglês se utilizam para pronunciar as palavras “bed” (cama) e “bad” (mal).

A múmia já foi fruto de outros estudos científicos. Ela foi desembrulhada pela primeira vez em 1824 por três cirurgiãos e um químico que apresentaram seus estudos à Sociedade Filosófica e Literária de Leeds. Mais tarde, os avanços tècnicos possibilitaram outros estudos também com raios X, endoscopias, cultivo de tecido e, agora, com escaner.

Os autores explicam que já haviam feito reprodução de voz, mas sempre a partir de gravações. Assim se havia feito com o cantor de ópera Alessandro Moreschi, do qual havia gravações feitas em 1902 e 1904. Agora isso foi possível com uma pessoa da qual não existia nenhum registro vocal e que viveu a 3 mil anos atrás. Segundo eles, a técnica poderá proporcionar a oportunidade de escutar vozes de pessoas de outras épocas.

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